28 julho 2010

Sejamos Burros!


Há muito tempo quero escrever sobre ser músico católico, até para me ajudar a ser um músico melhor. 
Vejo muitas pessoas tocando. Admiro alguns pela sua excelência musical e outros pela sua excelência espiritual, mas acredito que nenhuma excelência deva ser maior que a outra. 50%, equilíbrio... é o que sempre vem a minha mente quando penso em ser músico católico.
Um músico excelente, com suas dissonantes, acordes bonitos, vozes lindas... se perde do essencial que é Jesus e a Eucarístia. Do contrário, um músico espiritualizado demais, não é mais um músico católico por essência e sim um intercessor que toca um instrumento, pois orando deixa de melhorar as suas habilidades. Creio que o músico católico deve se pautar pelo equilíbrio. Vejo músicos na missa tocar de costas para o altar ou de lado para o altar e de frente da assembleia, essa é a postura? Antes de sermos músicos somos cristãos. E devemos ter nosso foco em Cristo Jesus. 
Com o secularismo e relativismo do mundo de hoje, um músico é atraído pela exposição que a posição de músico nos dá. Mas deve se ter muito cuidado com isso. Antes de tocar temos que ter em nossa mente o que realmente queremos ao tocar. Se queremos nos mostrar como músicos somente, ou se queremos tocar os corações com o nosso canto. 
Uma amiga minha Narllica uma vez me suscitou que antes de cantar a música devemos orar ela, ler a letra da música e tentar ver, sentir o que ela nos diz. Sei que ainda preciso aprender muito isso, mas tudo é um caminho. 
Roupas curtas, vozes altas, músicas mal ensaiadas, posturas arrogantes, instrumentos desafinados, volume geral alto... tudo isso incomoda as pessoas que vão assistir a missa. O que seria um momento de encontro pessoal daquela pessoal com Cristo, se torna num momento de agonia e a pessoa não vê a hora de terminar tudo aquilo. Temos que ter noção de que estamos ali, como um padre José Carlos (Antigo na IMC) já me disse que somos co-celebrantes na missa, temos uma posição muito importante na liturgia, mas devemos ter a humildade de saber que as palmas não são para nós e sim para Jesus. Isso me lembra de uma história que ouvi uma vez. Lembram do Domingo de Ramos, quando Jesus entra montado no burrinho? Então, o burrinho achou que aquelas palmas e salvas eram para ele. Só que a atenção era para Jesus... temos que ter a noção de que somos o burrinho da história.

Sejamos músicos 50/50.

Pax et bonum


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